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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Só 35 deputados federais se elegeram com seus votos

04/10/2010 - 17h56
Só 35 deputados se elegeram com seus votos
Nada menos que 478 eleitos foram beneficiados pela coligação com os puxadores de voto, como Tiririca e Garotinho
Fonte: Congresso em Foco
Eduardo Militão

Luciana Genro foi a deputada não eleita mais votada do Brasil

As regras de votação para vereadores, deputados estaduais e federais no Brasil permitem que alguns parlamentares, mesmo bem votados, fiquem de fora dos cargos públicos, enquanto outros entrem em seus lugares “puxados pelos bons de voto”. No domingo (3), apenas 35 deputados foram eleitos com seus próprios esforços, revela levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a ser divulgado ainda nesta segunda-feira.

Veja lista dos deputados federais eleitos

A lista dos 35 que se elegeram sozinhos

Ou seja, os 478 restantes entrarão na Câmara em 2011 com a ‘ajudinha’ de outros. O deputados mais votados do país – Tiririca (PR-SP), com 1,35 milhão de votos, e Anthony Garotinho (PR-RJ), com 635 mil – vão levar com eles uma dezena de colegas que não convenceram tanta gente assim que eram os melhores para ocupar uma cadeira no Congresso. Em Brasília, está o deputado mais votado proporcionalmente do país. José Reguffe (PDT-DF) teve 18,95% do votos válidos do Distrito Federal. Ele também puxou alguns políticos de sua coligação com ele.

Na outra ponta, estão os menos votados. Em Roraima, estado com o menor eleitorado, Chico das Verduras (PRP) vai ser deputado com apenas 5.873 votos. À sua frente, Raul Lima (PP-RR) teve 8.331.

Proporcionalmente, o deputado federal menos apoiado pelos eleitores foi o ex-big brother Jean Wyllys (PSOL-RJ), com 0,16% dos votos válidos – apenas 13 mil votos, insuficiente para se tornar deputado estadual em Goiás, por exemplo. Mas Wyllys vai ser o novo deputado do PSOL, graças à votação expressiva de colega de partido Chico Alencar, que teve 240 mil votos.

OS MAIS VOTADOS

Candidato eleito - Partido - UF - Votos - %
TIRIRICA - PR - SP - 1352147 - 6,35
GAROTINHO - PR - RJ - 693705 - 8,68
GABRIEL CHALITA - PSB - SP - 559669 - 2,63
REGUFFE - PDT - DF - 266465 - 18,95
MARCIO BITTAR - PSDB - AC - 51776 - 15,37
MARINHA RAUPP - PMDB - RO - 99862 - 14,27

*Em negrito, os mais votados proporcionalmente

OS MENOS VOTADOS, mas também eleitos

Candidato eleito - Partido - UF - Votos - %
CHICO DAS VERDURAS - PRP - RR - 5873 - 4,57
RAUL LIMA - PP - RR - 8331 - 3,77
BERINHO BANTIM - PSDB - RR - 10088 - 2,66
JEAN WYLLYS - PSOL - RJ - 13016 - 0,16
SALVADOR ZIMBALDI - PDT - SP - 42709 - 0,2
PAULO FEIJO - PR - RJ - 22619 - 0,28

*Em negrito, os menos votados proporcionalmente


As mesmas regras impediram a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) de continuar com o mandato.

De acordo com a coluna “Vox publica”, do especialista em pesquisas e estatísticas José Roberto de Toledo, ela foi a parlamentar não-eleita que obteve mais votos no Brasil.
Foram 129 mil votos, mais do que o apoio obtido por Sérgio Morares (PTB-RS), o deputado “que se lixa” para a opinião pública e teve o apoio de 97 mil gaúchos.
O prestígio de ser filha do ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) não ajudou Luciana. De acordo com Toledo, pelas regras do sistema proporcional, a deputada precisaria de 193.126 votos dos gaúchos para continuar seu mandato no ano que vem.

Alternativas
O diretor de documentação do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, diz que o sistema atual procura dar espaço para as minorias da sociedade, que são representadas pelos pequenos partidos, os que mais se beneficiam das regras. O mesmo sistema permite que Tiririca (PR) se eleja sozinho e traga junto com ele parlamentares como Valdemar Costa Neto PR-SP) e Milton Monti (PR-SP).

Entretanto, Toninho entende que o sistema deve ser aperfeiçoado. No Congresso, tramitam propostas para mudar o sistema proporcional para o de voto distrital e voto distrital misto. No primeiro, os estados são divididos em distritos e o mais votado em cada um deles é eleito. “Mas isso privilegia o poderio econômico”, critica o diretor do Diap, lembrando que, nos EUA, um deputado geralmente só deixa de ser reeleito para a Câmara quando morre.
O outro sistema mistura o regime atual com o distrital. Os eleitores votariam em dois vereadores, dois deputados estaduais e dois federais. Um seria eleito com base na regras atuais, beneficiando-se das coligações. O outro, com base nos distritos.

Sem discussão
Toninho diz que não existe no Congresso discussão para fazer a eleição de deputados bem mais simples, igual à dos senadores. Ou seja, os mais votados em cada estado seriam eleitos. Ninguém seria beneficiado com “puxadores de votos”.
“É uma outra alternativa. Seria um dos caminhos de escolher”, reflete o diretor do Diap. “Acho que, no final, poderia eventualmente massacrar os pequenos partidos. Sinceramente não tenho opinião formada”, conta Toninho.

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