Nota oficial do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - MCCE
sex, 21/05/2010 - 09:00 — MCCE
O MCCE, diante dos comentários repercutidos pela mídia sobre o alcance da “emenda de redação” aprovada no Senado na votação do projeto Ficha Limpa, vem esclarecer que:
1- O projeto Ficha Limpa foi aprovado unanimemente, sem nenhuma “emenda de texto”, no Senado, exatamente como recebido da Câmara Federal.
2- Foi feita, tão somente, uma “emenda de redação” – que não altera o texto – para uniformizar os tempos verbais utilizados nos vários dispositivos do projeto.
3- Como simples “emenda de redação”, não gera a necessidade legal de retorno do projeto à Câmara Federal, uma vez que dela não decorre nenhuma modificação na natureza ou no alcance do projeto.
4- Não tem, pois, nenhum fundamento os comentários repercutidos na mídia, de que a referida “emenda de redação” poderia ter alterado o sentido do projeto impedindo a sua aplicação às condenações anteriores à aprovação do Ficha Limpa.
5- O MCCE com a responsabilidade da autoria do projeto e de quem acompanhou todo o trâmite do texto no Congresso Nacional, espera que o assunto passe a ser matéria definitivamente esclarecida, e possa receber, sem demora, sanção presidencial para que passe a vigorar nas próximas eleições de outubro, aplicando-se a todos quantos tenham cometido os desvios de conduta ali previstos.
Fonte: MCCE - Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral
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sexta-feira, 21 de maio de 2010
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Um comentário:
O que todos temem
É consenso que a criminalidade, a violência tem crescido nas áreas urbanas. A população, que experimenta em sua vida cotidiana os efeitos da violência, sente medo e espera o aprimoramento das leis.
Com as avaliações negativas, os indivíduos acabam reforçando o seu lado individualista.
O individualismo estimula a falta de relacionamento entre pessoas que convivem numa mesma área, propiciando território de circulação livre para os criminosos e os parias da sociedade.
Logo a necessidade de mais proteção contribui para a sensação de desconfiança e insegurança coletiva, tornando cada vez mais complexa a possibilidade de soluções.
Como é viver em comunidade na realidade brasileira?
É fato que historicamente somos individualistas e ainda não conseguirmos ultrapassar a barreira do individual para o coletivo. Carecemos de valores coletivos persistentes, mantemos sempre vínculos frouxos de envolvimento com o que é de todos.
Não gostamos de assumir responsabilidade com a coisa pública e com os problemas locais.
Talvez isto explique a perseguição pelo sucesso, preocupação excessiva com a moda, com a fama e as vantagens e seu lado mais obscuro: vantagens e sucesso a qualquer preço, mesmo que seja ilegal.
Numa sociedade como a nossa, o nível de competição entre os indivíduos dificulta a identificação entre conflito e competição. Fazemos valer diariamente o ditado: cada um cuidando de si na trilha da involução das relações humanas, só tem valor se tiver valor de troca.
- O que eu vou ganhar com isso?
Se não ganho nada individualmente respondo com a clássica: estou atolado de trabalho, preciso cuidar da minha carreira, não posso perder a oportunidade, não posso ir contra o progresso.
Sem condenar projetos individuais, para nós esta não é tarefa difícil, mas não agüentamos sacrificar interesses individuais para o bem comum, não temos empatia com nada além do umbigo, muitas vezes, o próprio filho.
Sem querer generalizar, mas esta é, sem dúvida nenhuma, a marca da nossa personalidade coletiva - o próprio umbigo.
Detestamos qualquer sacrifício em favor de um terceiro, isto nos parece insuportável.
É dentro desta premissa social que: preferimos desmatar área de preservação ambiental, mudar leis para favorecer interesses individuais, sermos campeões de desigualdade social e etc. e tal.
- O que eu vou ganhar com isso?
Você individualmente nada.
Agora você, como parte do coletivo, ganha coragem e lucidez para encarar a realidade é construir outro rumo de felicidade fora do próprio umbigo.
publicado originalmente:
www.granjacarolinacotiaitapevi.blogspot.com
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