O Voto Consciente Cotia nasceu em 2005, por iniciativa de Cidadãos cotianos que vêem na Política uma solução para os complexos problemas da sociedade e que para isso Buscam espaços de participação e influenciar positivamente nos rumos de nossa cidade. Se você se encaixa nesse perfil, junte-se a nós! Não somos e não trabalhamos para nenhum partido político. Somos cidadãos conscientes dos nossos direitos e deveres.

Política para a Publicação de Comentários dos Cidadãos no Blog

Este é um espaço democrático aberto a livre manifestação de opinião dos cidadãos. No entanto, nos reservamos ao direito de não publicar mensagens anônimas (sem a identificação do autor) e as que contenham palavras que ofendam ou desrespeitem a outros cidadãos. Ressaltamos ainda, que os comentários dos cidadãos aqui postados, não refletem necessariamente a opinião do Movimento Voto Consciente Cotia.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Você conhece os vereadores de sua cidade?

Por uma transformação nas relações entre políticos e população

Fonte: Tribuna de Araraquara e região
(Grifos feitos por Rosangela T. Giembinsky - Coordenadora do Voto Consciente São Paulo)

Quando mais de 70% dos eleitores de uma cidade desconhecem ou desaprovam o trabalho de seus vereadores, algo precisa mudar – e muito – nas relações políticas entre a Câmara Municipal e a população.

O resultado da pesquisa Tribuna/DataPress expôs sem piedade a falta de sintonia entre o Legislativo de Araraquara e seus cidadãos. E a análise do resultado revelou, nos dias que se seguiram à publicação do levantamento, uma série de mazelas que vão da desconfiança da população ao desinteresse pelo trabalho dos políticos, passando por deficiências de comunicação e pela consolidada falta de credibilidade dos parlamentares.

Pelas palavras dos próprios vereadores e a julgar pela reação dos eleitores à pesquisa, refletida nestas páginas e no Portal Tribuna, todos são culpados por esta espécie da alienação coletiva. E de certa forma não poderia ser diferente se olharmos o que se passou no Brasil nas últimas quatro décadas, pelo menos.

Os seguidos episódios de desmando, aviltamento, corrupção e incompetência política na trajetória do País não ficam incólumes no inconsciente coletivo.
Algumas gerações de eleitores brasileiros foram forjadas em meio a escândalos dos mais diversos perfis, todos ligados a interesses particulares ou de grupelhos escusos.

A folha corrida de serviços imprestáveis é interminável. Agora mesmo, no Senado, vemos, perplexos, mais uma minissérie, com alguns capítulos tenebrosos, da vida e costumes políticos no Brasil.

É impossível que essa imagem deteriorada dos políticos não fique incutida na sociedade e, por conseqüência, passe de pai para filho ao longo dos anos, mesmo que o cenário local não tenha produzido seus próprios escândalos. Nada mais compreensível do que a população estigmatizar a figura dos políticos, mesmo porque uma parte deles não faz questão de mudar essa imagem, ou simplesmente não consegue, apesar do empenho. Convidados pela Tribuna a analisar a pesquisa, os vereadores reconheceram que um abismo os separa da população.

Entretido com as dificuldades do cotidiano, o cidadão fica normalmente distante das discussões sobre o destino da cidade, ou porque não acredita nas decisões dos gabinetes políticos ou porque não tem interesse mesmo, o que é pior. E não há quem consiga mudar este panorama.

Está claro, portanto, que a população também tem grande parte de responsabilidade quanto à eventual inoperância de seus políticos.

A cobrança é uma premissa da democracia. Uma eleição não acaba na abertura das urnas; ao contrário, é ali que começa a verdadeira interação entre política e sociedade. Ou seja, o eleitor também governa.

Ao destrincharmos a pesquisa, fica evidente que determinados vereadores foram lembrados principalmente em seus redutos tradicionais, ou seja, pela mera proximidade geográfica com os eleitores. Muitos dos 601 entrevistados sequer lembravam em que vereador havia votado há pouco mais de oito meses. Outros já partiram do pressuposto de que os atuais vereadores não servem para a cidade.
Em um cenário como este, o desafio para os legisladores é imenso.

Dinamizar o debate político, tornar mais transparentes as polêmicas internas e as relações com o Executivo, transformar as audiências públicas em algo mais produtivo e trabalhar melhor a comunicação com a cidade são algumas das formas sugeridas pelos próprios parlamentares para uma maior aproximação com o munícipe.

Mas a população também precisa ser cobrada e participar mais, nas reuniões dos bairros, na participação das associações organizadas, no próprio contato direto entre o vereador e seus eleitores.

E os setores organizados da sociedade civil também têm a obrigação de participar mais ativamente.

É o mínimo que o araraquarense pode fazer para superar este cenário de indiferença coletiva com as iniciativas políticas, que, em última instância, fazem nossa cidade funcionar.

Você acompanha o trabalho da Câmara?
“Quase não acompanho. O único vereador que conheço um pouco é o Nascimento, porque dá força para a gente no projeto Girassol, na área de artesanato. Os outros eu nem conheço”. Noemi Pereira da Silva Pires, 39 anos, artesã.

“Sinceramente, não acompanho. Depois que trabalhei em uma campanha de vereador, gosto muito menos de política. Ele nos tratava muito mal. Charlene Oliveira, 20, operadora de telemarketing.

“Não acompanho, porque tenho pouco tempo. No lugar onde trabalho, não tenho como acompanhar, nem pela tevê nem pelo jornal. Antonio Aparecido da Silva, 52, motorista.

“Não acompanho. Não lembro do nome de nenhum vereador. Seria bom acompanhar mais, mas não tenho tempo, por causa do trabalho.”José Manoel Nunes da Silva, 45, ajudante de obra.

“Não acompanho, porque tenho muita coisa para fazer e eu moro no sítio. Não me lembro do nome de nenhum vereador.” Bruno Adami, 81, aposentado.

“Só acompanho pelo jornal, mas o único nome que me vem à cabeça é o de Napeloso” Guilherme Maran Pereira, 22, auxiliar de cabeleireiro.

Editorial domingo, 12/07/2009
Tribuna de Araraquara e região

Nenhum comentário: